Como estamos na epoca do Salão do Automovel:
É
muito raro Hollywood fazer um filme cuja estrela é um carro, muito
menos com um Mustang. É bem verdade que em muitos filmes o que se vê é o
Mustang aparecendo em algumas partes, como por exemplo: no filme
Hannibal quando um dos personagens, reconhece o carro pelo som que lhe é
característico ou em um dos episódios de VIP onde Pamela Anderson sai
em perseguição a um bandido dirigindo um Mustang amarelo com duas faixas
brancas. No filme 60 segundos, definitivamente a estrela do filme não é
nem Nicolas Cage com seus olhos claros, nem Angelina Julie com seus
lábios carnudos, mas sim um Mustang preparado exclusivamente para o
filme.
O Filme
60 segundos (Gone in Sixty
Seconds) é um filme inspirado em outro do mesmo nome (Gone in 60
Seconds) filmado em 1974, mas que não fez sucesso na época, além de ser
um filme extremamente pobre. Pobre ou não, a idéia de refazer o filme
surgiu na Disney nas mãos do produtor Jerry Bruckheimer. Bruckheimer
produziu sucessos como: FlashDance, Top Gun, Dias de Trovão, Armageddon,
A
Rocha e Con Air. Com o texto de Scott Rosenberg, o mesmo que escreveu
Con Air, Bruckheimer contratou Nicolas Cage para estrelar e Dominic Sena
para dirigir. Já para o restante teve o cuidado de contratar os
vencedores do Oscar, Robert Duvall e Angelina Julie. A História é
parecida com a original em que um grupo de Ladrões precisa roubar 50
carros em 24 horas. Bruckheimer se preocupou em dar mais vida a Kip
(Giovanni Ribisi) irmão de Memphis Raines (Cage) adicionando assim uma
certa carga emocional ao filme. Mesmo assim a maioria das pessoas que
assistem ao filme estão em busca da alta qualidade das cenas de ação.
Ação esta que inclui assim como no filme original, um Mustang chamado
Eleonor.
Criando Eleonor
Quando o filme
começou a ser produzido, Eleonor não seria necessariamente um Mustang.
"Nós realmente queriamos ver um GT40 atravessando L.A., voando baixo no
rio L.A., fazendo tudo aquilo." Diz o designer de produção Jeff Mann.
Quando o pessoal de Jeff fez o orçamento da utilização do GT40 no filme,
perceberam seria impraticável utilizá-lo pois o custo ficaria em torno
de 90 milhões de dólares, então voltaram para o Mustang.
"Nós
estavamos procurando por um GT500 1967. Ele é um carro excelente, sem
dúvidas," continua Jeff, "mas ele ia contra aqueles outros carros!" Isto
preocupava em um filme que estaria cheio de Ferraris. "No contexto de
todos aqueles outros carros, ele nao seria necessariamente o carro mais
sessacional a aparecer no filme. Mas quando Jerry convenceu-me a fazer
mudanças nele, pedimos a Steve Stanford um famoso ilustrador de Hot Rod
que desenhasse para nós. Então ele fez uma ilustração de um GT500 1967."
O
designer Chip Foose foi contratado pela produção para tornar o trabalho
de Stanford em realidade, Foose criou um protótipo do carro alterando
os farois da frente e as lanternas atrás. Ele projetou o capo do motor,
as saias laterais, as entradas de ar e outras partes de fibra de vidro
que seriam utilizadas no carro. A grade frontal foi baseada em uma peça
originalmente desenvolvida para o Chevy Astro e para finalizar Foose
colocou as rodas aro 17"x8" polegadas com pneus P245/40ZR17 Goodyear
Eagle F1.
Nenhum dos escapamentos laterais e nem a
tampa de combustível cromada na coluna lateral são funcionais em nenhuma
das Eleonoras vistas no filme. Por que? Primeiro, porque fazer o
escapamento lateral funcionar verdadeiramente é difícil, considerando a
maneira como o Mustang 1967 é construído. E segundo, eles não precisavam
funcionar. Uma vez as peças do protótipo terminadas e os moldes feitos,
o projeto foi entregue nas mãos de Ray Clarig da Cinema Vehicle
Services (CVS), onde construíram Eleonor.
Construindo Eleonor
"Em
todo o meu tempo neste negócio", explica Ray Clarig, "este foi o show
mais difícil". Devido ao tempo em que Eleonor teria que aparecer na tela
e as manobras que teriam que ser feitas, várias Eleonoras tiveram que
ser construídas. Foram construídas 12 Eleonoras para o filme, incluíndo o
protótipo, que não aparece no filme. A construção das Eleonoras começou
com a divulgação de anúncios para compra de 1967 e 1968 Mustangs
Fastbacks. A CVS conseguiu os carros com motor 289 e ao menos um deles
era um Mustang GT com motor 390.
Devido aos carros
terem que fazer diferentes coisas durrante o filme, não construíram duas
Eleonoras iguais. Todos os carros são rebaixados, mas alguns deles
receberam reforço de suspenção da Total Control. Alguns foram projetados
para escorregar nas curvas, alguns para sobreviver a um salto, e outros
para serem destruídos. Ao menos um carro foi envenenado para correr no
canal de concreto do Rio de Los Angeles.
As Eleonoras
foram um misto de trabalho de design e engenharia. Os carros foram
feitos para se apresentarem bonitos no filme e para fazerem bem suas
tarefas.
Das 12 Eleonoras construídas, 7 sobreviveram
ao fim do filme e voltaram para as posses da CVS. Dois dos carros foram
destruídos fazendo o polêmico salto do fim do filme. O salto foi feito
em duas partes. Primeiro o carro pulou a rampa e foi destruído durante a
aterrissagem. O outro carro fez um salto grande e aterrissou em uma
pilha de caixas macias. De acordo com o coordenador de manobras Jonhny
Martin, o carro está em estado razoavelmente bom. Outro carro foi
levantado por cabos até uma parte do salto e solto para que fosse feita a
aterrissagem. E finalmente, outro foi destruído ao saltar para fora da
pista da ponte, este carro foi destruído totalmente. Mais duas Eleonoras
foram destruídas, uma quando foi levantada pelo guindastre no ferro
velho e outra no demolidor de carros.
A Eleonor Mais Bonita De Todas
Entretanto
ela não aparece no filme, a mais bonita Eleonor de todas foi construída
pela CVS para o produtor Bruckheimer. Ela é um verdadeiro 1967 Shelby
GT-500. A saída de escapamento lateral funciona e também a entrada de
combustível na coluna lateral. Algumas peças da Total Control foram
colocadas, mas a suspensão nao foi tocada.
A décima terceira Eleonor, possui o motor 428 com o cambio original automático trocado para um de quatro marchas.
fonte: www.icarros.com.br