“Boris
apresenta o Shochu, bebida derivada de diversos tipos de ingredientes,
tais como: batata doce, milho, beterraba, arroz, açúcar mascavo, cana e
etc.”
Nobres
camaradas, como sempre, é uma inenarrável honra escrever para vocês,
assim sendo, espero que possam se deleitar acerca da minha humilde
matéria. Vamos lá, voltando ao assunto do post, a pergunta que não quer
calar:
Já tomou Shochu hoje?
Calma
meus amigos! Não precisam se apavorar, nem tampouco ficar assustados,
afinal é uma simples perguntinha básica relativa à birita, óbvio!
Estava
eu com minhas manias de realizar buscas em livros, internet, periódicos
e etc, para postar no PDB, quando encontrei uma bebida extremamente
interessante para apresentar ao nosso blog. Tcham, tcham, tcham, tcham!
Senhoras e senhores, tenho a honra de lhes apresentar o…
SHOCHU! (pronuciado como Chô-Tchu)

Shochu Higashikura
Bem,
sinceramente, dessa birita eu nunca experimentei, mas admito que fiquei
mega curioso para saboreá-la, ainda mais depois de ficar sabendo que o
Shochu tem um parentesco bem próximo da minha amada vodka, isso mesmo! O
Shochu é uma bebida derivada de diversos tipos de ingredientes, tais
como: batata doce, milho, beterraba, arroz, açúcar mascavo, cana e etc.
Além
disso, outro fato que me tenta ainda mais é que os nipônicos costumam
chamar o shochu de “Vodka Japonesa” (Dono do bar, dorme com um barulho
desse meu filho!), mas o shochu também é conhecido como” pinga japonesa”
e “vinho destilado”.
Boris, qual a origem do Shochu?

Bom,
não existem dados históricos exatos acerca da origem dele, porém, reza a
lenda que é uma bebida milenar originária do Japão, criado no início do
século XV, proveniente da província de Kyushu, localizada ao Sul do
Japão. Porém, há fortes indícios de que a Indo-China, Coréia e as Ilhas
de Ryukyu (atualmente Okinawa, a terrinha de Daniel San e Sr. Miyagi,
lembram???) introduziram algumas técnicas de otimização na produção da
bebida. Assim, somente depois desse tour japones que a birita finalmente
chegou a província de Kagoshima, onde atualmente é considerada “a terra
do shochu”.
Em razão dessas mencionadas técnicas de otimização no
processo da bebida, atualmente existem inúmeros exemplos de shochus
espalhados por todo Japão, com características típicas regionais e
tradicionais, que foram elaborados na medida em que as técnicas de
produção eram introduzidas nas novas regiões, vejamos a seguir:
- Awamori (Okinawa): produzido em Okinawa (arquipélago Sul do Japão), é produzido a partir de arroz.
- Grain:
Originado no início do século XVI na região sudeste do arquipélago de
Kyushu, é produzido a partir de uma variedade de grãos como milho.
- Imo: Originado nos meados do século XVII na província de Kagoshima, é produzido a partir da babata doce.
- Mugi: Originado no início do século XIX na província de Nagasaki, é produzido a partir do trigo.
- Kokutou: Originado há poucas décadas atrás na ilha de Amami Ooshima, é produzido a partir do açúcar mascavo.
- Cassava:
Originado em 2003 na cidade de Mogi das Cruzes/SP, é o primeiro shochu
brasileiro produzido a partir da mandioca orgânica. (Isso mesmo meu
povo, esse shochu é 100% Brazuka!)
O Shochu e a lengevidade

Ele é
considerado uma bebida milenar que proporciona longevidade, podem crer
meus camaradas, tal mito tornou-se mais conhecido devido ao Sr.
Shiguechiyo Izumi, um cidadão japonês que até recentemente era o
detentor do recorde mundial de longevidade (120 anos).
Adivinhem porquê?
Só
porque consumia o shochu diariamente (Eita velhinho manguaça, esse é
dos nossos meu povo!). Este fato foi mencionado junto com seu recorde no
Guinness Book. Por isso, muito já se especulou sobre os poderes da
bebida de promover uma vida longa, mas não há nenhuma comprovação
científica.
Shochu não é cachaça, é remédio

E
não fica por aí, o shochu também tem fins medicinais, pois há relatos
histórico de durante o período Edo-Jidai (1603 a 1867) era utilizado
como remédio. A birita era ingerida como tratamento para diversas
moléstias como hiperemia, feridas, cortes, picadas de insetos e para
combater dores nas costas. (Ou seja, ótima para levar um dia de
acampamento ou perfeito para um final de 6ª feira, quando ficamos
totalmente doloridos).
Shochu – Graduação alcoólica
O
processo de fabricação do shochu é composto por bidestilação de diversas
matérias-primas tais como as mencionadas anteriormente, podendo variar
de 15% a 45% em volume, porém os mais tradicionais possuem 25% em
volume. O shochu subdivide-se ainda em duas classes: “Otsu” ou “Ko”.
Shochu Otsu

Considerado
como o shochu artesanal e mais tradicional, mais conhecido como “Shochu
Genuíno” (Honkaku Shochu), é o mais consumido e cada vez mais popular
no Japão. Seu processo de fabricação compreende basicamente: inoculação
do arroz com a adição do kojikin (um fermento especial para este tipo de
bebida), que posteriormente é adicionada a levedura, chamando este
processo de primeira fermentação.
Em seguida, é adicionada a
matéria-prima principal (seja batata-doce, trigo, arroz, mandioca, etc),
dando a este processo a denominação de segunda fermentação e,
finalmente, o material é destilado resultando no Shochu Genuíno. O
resultado é uma bebida requintada de aroma e paladar característicos dos
ingredientes originais utilizados, comparável aos melhores vinhos e
outras bebidas alcoólicas de alta qualidade.
Shochu Ko

Shochu Ko
A
outra classificação do shochu, classe “Ko”, é obtida por meio de uso de
inúmeras matérias-primas e de múltiplas destilações, resultando em uma
bebida de aroma e fragrância neutra geralmente utilizado para coquetéis
de sucos de frutas com água gaseificada. Comparando-a com o Shochu
Genuíno, a diferença do sabor e da qualidade é imediatamente
reconhecido, evidenciando bem a supremacia de qualidade do Shochu
Genuíno.
O shochu é considerado uma bebida de baixo teor alcoólico
comparado a outros tipos bebidas destiladas, podendo ser apreciado
normalmente misturado à água quente ou fria, pode ainda ser utilizado
como um ótimo digestivo, pois, se ingerido junto às refeições contribui
no processo digestivo, e melhor que isso, prejudica menos o estômago do
que os outros tipos de bebidas alcoólicas. Todavia, assim como as outras
bebidas, o consumo excessivo pode prejudicar à saúde. (Lembra da
Síndrome de Korsakov né?)
Misturando sabores

O
Shochu pode ser consumido de diversas formas, como já dito, misturado
com água gelada, ou quente, ou ainda, on the rocks, puro, com limão,
grapefruit, ou mistura com sucos de frutas cítricas completadas com água
gaseificada.
Agora é com vocês, vamos colocar a cachola pra
funcionar, pois, em se tratando de arrumar receitas para biritas, sei
que vocês são
profissionais.
Aqui vão umas dicas extraídas do site
MN Shotyu, onde extraí umas receitas iradíssima de drinks com shochu:
Acerola Chu-Hai
Conquetel cítrico com Hakkon e acerola.
Ingredientes:
- 60 ml de Hakkon Original
- 60 ml de suco de acerola orgânico
- 3 cubos de gelo
Preparo:
Misture o suco de acerola orgânico ao Hakkon Original, acrescente os 3 cubos de gelo e adoce a gosto.
Shochurinha
Um modo delicioso de apreciar o Hakkon na forma de caipirinha.
Ingredientes:
- 60ml de Hakkon Black
- 1 Limão Orgânico
- Gelo
- Açúcar Orgânico
Preparo:
Corte o limão orgânico em 4 partes e soque junto com o açúcar orgânico. Acrescente o Hakkon Black e o gelo.
O Shochu Bar

Desde
a década de 80 o shochu vem superando todas as espectativas dos
japoneses, visto que atualmente seu consumo foi triplicado, superando
facilmente o saquê nos bares japoneses. Em algumas cidades japonesas,
como Tóquio, surgiram os Sochu Bars, que trabalham exclusivamente com
Sochus de vários tipos e marcas, desde os simples e os envelhecidos até
os mais sofisticados chamados premiuns.
Tudo isso por um simples motivo, o shochu não causa ressaca.
Inacreditável!
Só provando. Podem acreditar tal fato é tão verídico que até encontrei
uma matéria super interessante da jornalista Patrícia Campos Mello, do
jornal Estadão, vejam:
No Japão, abaixo o saquê, viva o shochu!
Bebida tradicional japonesa tem cada vez menos consumidores no seu próprio país.
KYOTO
– O saquê, a bebida nacional do Japão, tornou-se o drinque obrigatório
de descolados de New York a Paris, acompanhando o sushi a foie gras nos
restaurantes mais sofisticados. Mas, no Japão, o saquê está fora de
moda. Nos últimos 30 ano, o consumo de saquê no país caiu pela metade.
Em 1973, os japoneses tomaram 1,76 bilhão de litros do tradicional vinho
de arroz. Em 2002, foram 890 milhões de litros.
Enquanto o
Ocidente se deslumbra com o saquê e drinques como a saquerinha
(caipirinha do saquê), os japoneses só querem saber do shochu,
aguardente feita de cevada, trigo, arroz ou batata, cujo consumo
triplicou nos últimos 20 anos, principalmente em Kyushu, ilha ao sul do
país. (…).
Fonte: O Estado de São paulo
Shochu Lounge

Quem me dera o pobre Brasil aqui nesse barzinho alucinante. Sonho meu não é? Quem sabe um dia. Por fim, vou ficando por aqui.
Espero que tenham curtido a matéria, um grande abraço a todos, boas festas, paz, saúde, harmonia e prosperidade!
Informações bibliográficas: