Com cada vez mais demanda de consumo de energia em todo o mundo, há a
necessidade de repensar os métodos de geração de energia atuais. Em
Portugal, por exemplo, está surgindo uma proposta bacana: a instalação
de plataformas flutuantes em espelhos d'água para captar energia solar —
chamadas de Plataformas de Energia Solar Flutuante.
A ideia é
começar a construir a novidade depois da finalização do maior parque
eólico flutuante na costa de Viana do Castelo, o que deve acontecer em
2019. De acordo com previsões do Banco Mundial, nas próximas duas
décadas haverá uma explosão na oferta e demanda de energia solar, em
especial por meio dessa tecnologia flutuante. Esses
painéis solares previnem o crescimento de algas nas áreas represadas e
também inibem a evaporação em climas mais quentes, prevenindo até 90%
dessa evaporação graças à sua estrutura especialmente desenvolvida para
esta finalidade. Ainda, a energia solar flutuante não ocupa espaço em
terra e, portanto, não precisa de investimentos para a preparação do
piso ou do solo para acomodar as estruturas dos painéis. Já
falando em desvantagens, aqui entra o custo. É que plataformas
flutuantes e a fiação resistente à água são mais caras do que seriam em
painéis terrestres. De qualquer maneira, o investimento vale a pena,
porque o custo dos painéis está caindo no país — pioneiro desta
tecnologia na Europa. Entre
2016 e 2017, Portugal criou a primeira central do tipo na Barragem do
Alto Rabagão. O sistema tem capacidade de 220 quilowatts no pico e
produz 300 MWh por ano. A tecnologia vem apresentando, ainda, vantagens
ambientais com a proteção da radiação solar no meio subaquático, com
menor proliferação de algas e com redução do efeito eutrofizante,
diminuindo as emissões de gases de efeito estufa. Ainda é uma solução
mais cara do que painéis instalados em terra, é verdade, mas
especialistas já vêm estudando soluções otimizadas para reduzir esse
diferencial em um prazo não muito longo.
Assim, espera-se que, em
um futuro próximo, vejamos mais e mais plataformas flutuantes de
energia solar sendo construídas ao redor do mundo, com espelhos d'água
se tornando painéis de captação de energia solar, que converte a luz do
Sol em eletricidade por meio da tecnologia fotovoltaica — visando mais
eficiência e menos dano para o meio-ambiente.
Uma nova partícula, chamada até então de “partícula fantasma” pode
ter sido detectada no Grande Colisor de Hádrons (Large Hadron Collider,
ou apenas LHC), da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN,
em inglês), na Suíça. A descoberta foi feita usando um instrumento
conhecido como Compact Muon Solenoid (CMS) no acelerador de partículas.
Na
ocasião, a equipe afirmou ter visto algo que poderia ser uma partícula,
cuja massa é duas vezes a de um átomo de carbono. Contudo, o objeto não
parece se encaixar em teorias conhecidas, o que está causando uma certa
agitação no mundo da ciência. A pesquisa ainda não foi revisada por
pares (isto é, checada no meio acadêmico), mas está disponível online.
Considerando
os padrões atuais da física nuclear, esta nova partícula seria formada
por múons, partículas que são semelhantes ao elétron, mas com massa 200
vezes maior. Ela também teria cerca de 1/4 da massa do Bóson de Higgs
(uma partícula elementar que surgiu, em teoria, um pouco depois do Big
Bang e que pode ajudar a explicar a origem do universo). Um
pesquisador da equipe que trabalhou com os dados coletados pelo CMS,
Alexandre Nikitenko, disse ao The Guardian que “os teóricos estão
empolgados e os experimentalistas estão muito céticos” com o suposto
fenômeno físico. “Como físico, devo ser muito crítico, mas, como autor
desta análise, devo ter algum otimismo também”, acrescentou.
Ainda
poderá demorar para descobrir se essa partícula é real ou não. O
Science Alert, inclusive, observa como é “estranho” o fato de uma massa
ter se formado “onde nenhuma era esperada”. Porém, mesmo que não seja
real, ela não exatamente é uma descoberta da física, afinal, esta não é a
primeira notícia do gênero a surgir. Em julho,
astrônomos haviam anunciado a descoberta de neutrinos vindos de uma
galáxia energética a cerca de 4 bilhões de anos-luz de distância da
Terra. Ainda que seja um pouco diferente, não deixa de ser uma espécie
de “partícula fantasma”. E em setembro, cientistas sugeriram terem
“quebrado o Modelo Padrão” com detecção de neutrinos cósmicos de energia
extremamente alta, usando o instrumento Anita.
Este Modelo
Padrão é, como o nome sugere, um conjunto de fatores que contribuem para
os conceitos tradicionais da Física de Partículas – e estas duas
descobertas em questão não foram as únicas a desafiarem-no. Voltando um
pouco, mais especificamente para março, o estranho “skyrimon”, uma
partícula com propriedades semelhantes a uma esfera de raios (ou seja,
correntes elétricas circulando dentro de uma bola de plasma), foi
divulgada na comunidade.
A energia solar é um tipo de energia "verde" que ainda será muito
explorada pela humanidade, mas uma verdade sobre ela é que armazená-la
de maneira eficiente e a longo prazo ainda é algo bastante caro — um
grande impeditivo para sua adoção em larga escala, inclusive. Mas
cientistas da Suécia acreditam ter uma possível solução: eles
desenvolveram um fluido especial que foi chamado de "combustível solar
térmico", capaz de armazenar energia solar por até 18 anos.
"Um
combustível térmico solar é como uma bateria recarregável, mas, em vez
de eletricidade, você coloca luz solar e aquece, acionando sob demanda",
explica Jeffrey Grossman, engenheiro que trabalha com esses materiais
no MIT. Esse fluido, na verdade, é uma molécula em sua forma líquida na
qual os cientistas da Chalmers University of Technology, na Suécia, vêm
trabalhando para aprimorar há mais de um ano.
Tal molécula é
composta de carbono, hidrogênio e nitrogênio e, quando é atingida pela
luz do Sol, acontece o seguinte: as ligações entre seus átomos são
rearranjadas e se transformam em uma nova versão energizada chamada de
isômero. E, assim como uma presa capturada em uma armadilha, a energia
do Sol, então, é capturada pelas ligações químicas do isômero,
permanecendo ali mesmo após o resfriamento da molécula à temperatura
ambiente. Para
gerar, então, energia elétrica para, por exemplo, um aquecedor
doméstico, o fluido é extraído de um catalisador que retorna a molécula à
sua forma original, processo em que há liberação de energia na forma de
calor. "E quando chegamos a extrair a energia para usá-la, conseguimos
um aumento de calor que é maior do que ousamos esperar", disse Kasper
Moth-Poulse, cientista que participou do estudo. (Imagem: Chalmers University of Technology) Durante
os testes, a equipe criou um protótipo desse sistema inovador de
energia, colocando-o no telhado de um prédio da universidade. O aparato é
composto por um refletor côncavo com um tubo no meio, que rastreia o
Sol como uma espécie de antena parabólica. Aquecido pela luz solar, o
fluido que fica em tubos transparentes transforma a molécula em seu
isômero, aprisionando o calor, com o fluido, então, sendo armazenado à
temperatura ambiente com perda mínima de energia durante o processo.
Segundo
os pesquisadores, os resultados promissores inclusive já chamaram a
atenção de diversos investidores não somente por sua eficiência, como
também pelo fato de ser livre de emissões prejudiciais ao meio-ambiente.
A ideia é usar essa tecnologia em sistemas domésticos de aquecimento,
alimentando, por exemplo, aquecedores de água de um edifício, além de
máquinas de lavar louças e secadoras de roupas. A equipe, confiante,
acredita que a tecnologia possa ser disponibilizada para uso comercial
dentro de dez anos.
A quem ficou curioso, o estudo foi publicado na revista Energy & Environmental Science.
Pesquisadores do MIT publicaram um estudo em que abordam a
viabilidade de se construir uma espécie de farol espacial para que
astrônomos alienígenas descubram que há vida inteligente na Terra. No
estudo de autoria do pós-graduando James Clark, uma tecnologia a laser
pode, em princípio, ser usada para tal, emitindo feixes fortes o
suficiente para alcançarem uma área de até 20 mil anos-luz de distância.
Tal
laser precisaria ter de 1 a 2 megawatts de alta potência, sendo focado
por meio de um telescópio de 30 a 45 metros e direcionado, então, ao
espaço. O resultado seria um feixe de radiação infravermelha forte o
suficiente para se diferenciar da energia emitida pelo nosso Sol. Então,
alienígenas que, assim como nós, possam estar observando o céu em busca
de outros mundos com vida, seriam capazes de nos detectar.
O
estudo vai além de somente emitir feixes de laser em direção ao espaço,
indicando, ainda, que a tecnologia pode também ser usada para enviar
mensagens breves na forma de pulsos semelhantes ao código Morse. Para
Clark, se começarmos a nos comunicar com uma civilização inteligente
alienígena, ao usar esse tipo de mensagem codificada "poderíamos enviar
uma mensagem com uma taxa de dados de cerca de algumas centenas de bits
por segundo, que chegaria lá em poucos anos". Já
quanto às tecnologias necessárias para se criar um projeto do tipo fora
do papel, Clark admite que "este seria um projeto desafiador, mas não
impossível". Em seu entendimento, "os tipos de lasers e telescópios que
estão sendo construídos hoje podem produzir um sinal detectável, de modo
que um astrônomo [alienígena] possa dar uma olhada em nossa estrela e
ver imediatamente algo incomum em seu espectro".
Há,
também, uma questão de segurança envolvida na ideia de Clark: um feixe
com a potência sugerida pelo estudante do MIT produziria uma densidade
de fluxo de cerca de 800 watts de energia por metro quadrado, algo
próximo da produzida pelo Sol (que gera cerca de 1.300 watts por metro
quadrado). E esse feixe poderia prejudicar a visão das pessoas, caso
elas olhassem diretamente a ele (assim como nossa visão é prejudicada se
olharmos diretamente ao Sol). Para piorar, este feixe poderia
potencialmente prejudicar câmeras a bordo de espaçonaves que passarem
por ele.
Mas Clark está aberto a críticas e diz que "em geral,
este foi um estudo de viabilidade; seja ou não uma boa ideia, isso é uma
discussão para trabalhos futuros". O autor do estudo espera, na
verdade, que seu trabalho encoraje o desenvolvimento de técnicas de
imagens infravermelhas não apenas para identificar potenciais sinais no
céu que possam ser provenientes de civilizações extraterrestres, como
também para identificar gases na atmosfera de um planeta distante que
possam indicar que ali existe vida.