A Comunidade Yuba, de descendência japonesa, vive segundo os conceitos do socialismo, implantados por seu fundador Isamu Yuba.
São aproximadamente 60 membros oriundos de 20 famílias diferentes.
Baseada no interior do estado de São Paulo a 600 km da capital, na
cidade de Mirandópolis, a comunidade vive da agricultura. Fundada em 1935,
a comunidade inicialmente se instalou em Formosa, no Paraná, mas após a
insolvência e despejo, mudou-se, em 1956, para o terreno onde está até
hoje. Na vida destes cidadãos, a arte ocupa lugar tão
importante quanto o cultivo da terra, e desde pequenos as crianças Yuba
aprendem a tocar instrumentos e/ou outras atividades culturais. Em 1961,
chega o casal Hisao Ohara, escultor, e Akiko Ohara, bailarina. Nasce, assim, a nova fase cultural com a construção do Teatro Yuba.
A partir de então, o treino de balé vira rotina. O grupo se apresentou
em várias solenidades a nível nacional, inclusive para o casal imperial
japonês, e foi algumas vezes ao Japão, assim como foi
visitado por autoridades brasileiras e japonesas. O intercâmbio da
comunidade com artistas de diferentes áreas é intenso e contínuo, e
seguidamente os Yuba se apresentam e recebem visitantes em seu teatro. O conceito Yuba é lindo e puro. As atividades são divididas, o dinheiro é comum,
inclusive aquele das atividades individuais, como nas cerâmicas feitas
por uma das mulheres. Eles assistem TV juntos e comem juntos no grande
refeitório. As divergências são superadas com naturalidade e as grandes
decisões são resolvidas no voto, democraticamente. E exatamente pela sua seriedade e devoção às coisas que realmente interessam, os Yuba são respeitados e queridos. Se você puder, faça uma visita.
A energia é incrível. Dias 25 e 30 de dezembro, acontecem apresentações
de canto, dança e teatro, ensaiadas o ano todo especialmente para estes
dias. Ligue e fale com a simpática Marian. Minha visita aos Yuba foi em
um dia que o Teatro de Marionetes Edo, vindo do Japão
para algumas apresentações no Brasil, estava lá. Os atores deram um
show, com técnicas que hoje só existem no Japão. Seríssimos, os japoneses são um exemplo. Poético demais. Fiquei apaixonada.

O caminho é quase todo asfaltado. Apenas um ou dois quilômetros de estradinha de terra. Não se intimide.

As cerâmicas, lindas, podem ser compradas no local.

Tigelas, copinhos de chá e vasos, além dos utensílios para comida japonesa.

Os Yuba são bastante religiosos, mas não há nenhum templo ou igreja no local.

Antiga cabine telefônica.

As casas são bem simples. As esculturas no jardim convivem com o ar condicionado, imprescindível no oeste.

O escultor Hisao Ohara viveu na comunidade até falecer.

Nesta
casa, originalmente dos fundadores da comunidade, funciona hoje o museu
Yuba. O jardim de esculturas em granito assinadas por Hisao Ohara
completa a paisagem.

Vista de uma das casas Yuba.

O
teatro, construído pelos adultos e crianças Yuba em uma semana, recebe
as apresentações da comunidade e de artistas convidados. O chão de terra
batida torna tudo ainda mais bonito e singelo.

Ator craque Mitsuru Kamijo, do Mitsuru Kamijo The Edo Marionette Group apresenta a “Dança do Leão”.

O
ótimo e super engraçado ator Kenichi Medachi. Apesar da dificuldade da
língua, os atores se faziam entender. O uso de umas poucas palavras em
português ajudava na aproximação e em algumas passagens, a platéia
gargalhava.

Os
atores se vestem de preto e cobrem o rosto para que o foco fique
concentrado nos bonecos. A técnica é bem difícil e hoje este tipo de
suporte para os cordões só existe no Japão.

O
ator, também hiper engraçado, Koji Ohgami. Repare na cortina, toda
manchada de tinta. Totalmente cool, como tudo na terra dos Yuba.

Em outro momento, o ator Kenichi Medachi.

Observe
o número de cordões ligados ao boneco. Isso possibilita uma
movimentação sutil, delicado e bastante próximo da realidade.
Comunidade Yuba: f 18. 3708 1247 ou 3708 1290, com Marian
fonte:https://hardecor.com.br/comunidade-yuba/