Antes de começar a ler, sugiro que coloque a seguinte música disponível neste link para o YouTube e então inicie a leitura.
The Inner Light (A Luz Interior como foi traduzido) é o vigésimo quinto episódio da quinta temporada de Jornada nas Estrelas – A Nova Geração (Star Trek – The Next Generation), foi ao ar em 01 de junho de 1992. Na trama, a Enterprise D
durante suas viagens de exploração pela galáxia encontra uma sonda
desconhecida, o objeto envia um sinal que faz o capitão Jean-Luc Picard
(interpretado por Patrick Stewart) perder a consciência e desmaiar, ele
então acorda num planeta chamado Kataan, uma mulher ao seu lado lhe diz
que seu verdadeiro nome é Kamin e que ele acabava de acordar depois de
dias inconsciente devido a uma doença.
No decorrer da trama Picard descobre que a mulher desconhecida é sua
esposa, e que ninguém nunca ouviu falar da nave Enterprise ou da
Federação de Planetas Unidos.
O tempo passa, de dias a anos, até que Jean-Luc sem nada que o
assegure da veracidade de sua história a não ser as lembranças do tempo a
bordo da Enterprise, abdica do passado e decide continuar a vida que
estava diante de si junto da esposa, dos filhos e dos novos amigos.
Décadas se passam, seus filhos crescem e algumas pessoas queridas vão
embora para sempre. Kamin agora já idoso descobre que seu mundo está
condenado, a estrela da qual Kataan orbita estava aumentando as emissões
de radiação ao longo dos anos fazendo com que o solo ficasse estéril
para a vida vegetal, e logo poderia explodir numa colossal supernova que
destruiria toda a vida no planeta.
Kamin tenta avisar os governantes de seu mundo, mas ele recebe a
resposta de que a situação cataclísmica já era conhecida e não há nada
que as pessoas possam fazer para escapar da destruição, ele é então
informado de um último plano que consiste de uma sonda contendo toda a
história da civilização, a sonda seria enviada ao espaço para que alguém
no futuro pudesse encontra-lá e saber que em algum momento do passado
ali a vida surgiu.
Picard então acorda na ponte de comando da Enterprise, haviam se
passado cerca de vinte minutos desde que ele perdera a consciência, seus
companheiros não sabiam, mas para ele… havia sido uma vida.
Durante os anos que Jean-Luc viveu em Kataan ele aprendeu a tocar uma
flauta e compôs uma melodia, em episódios posteriores vemos ele tocando
essa harmonia.
A canção foi composta por Jay Chattaway, que escreveu partituras para
diversos episódios da franquia, Jay mais tarde expandiu a música para
uma bela versão de orquestra com seis minutos de duração que você esteve
ouvindo até agora.
O episódio foi dirigido por Peter Lauritson, o roteiro escrito por
Morgan Gendel e Peter Allan Fields é baseado numa estoria imaginada
por Gendel.
Em 1993 The Inner Light venceu o prêmio Hugo Award de Melhor Apresentação Dramática.
Hoje esse episódio é tido por fãs como um dos melhores da saga de
Jornada nas Estrelas, estando ao lado de City of The Edge Forever
(Cidade a Beira da Eternidade), Best of Both Worlds part I e II (O
Melhor de Dois Mundos parte I e II) e All Good Things (Todas as Coisas
Boas).
Então, deixo aqui uma indicação das séries e filmes de Jornada nas
Estrelas para todos aqueles que sonham com viagens interestelares pela
galáxia e conhecer novas civilizações.
Enquanto nossa tecnologia não nos permitir cruzar a galáxia, ao menos viajaremos em sonhos.
Até breve,
Vida longa e próspera \\//_
Para mais informações visite a principal fonte de Jornada nas Estrelas, o Memory Alpha: http://memory-alpha.wikia.com/wiki/The_Inner_Light_(episode)
Demais fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Inner_Light_(Star_Trek:_The_Next_Generation)
A caixa revolucionária que coleta água do ar no deserto
Direito de imagemStephen McNally/UC Berkeley/DivulgaçãoImage caption
O aparelho pode ser usado em qualquer lugar do mundo e não usa eletricidade
A tecnologia para captar água
potável a partir das moléculas de água distribuídas na atmosfera já
existe há muitos anos, mas aparelhos que sejam pequenos, eficientes e
capazes de fazê-lo em grande em escala ainda são um desafio.
Por tudo isso, o trabalho do cientista
americano Omar Yaghi, professor de química na Universidade da
Califórnia em Berkeley, é um avanço nesse sentido. Ele criou uma caixa
que retira água do ar do deserto e funciona apenas com luz solar, sem a
necessidade de nenhuma outra fonte de energia.
O pesquisador e sua equipe acabaram de testar o aparelho com sucesso no deserto do Arizona.
Yaghi é reconhecido internacionalmente por ser pioneiro no
desenvolvimento de um tipo de material com altíssima capacidade de
absorção, que foi usado na produção da coletora da água.
Entre os
diversos prêmios que já recebeu, está o que ganhou neste ano da Fundação
BBVA Fronteiras do Conhecimento na categoria Ciências Básicas.
O
reconhecimento veio por causa de seu trabalho com as chamados Metal
Organic Frameworks (MOF, ou estruturas metalorgânicas), conjuntos de
moléculas em que cadeias de átomos de carbono se unem por meio de íons
metálicos, formando estruturas. Direito de imagemUC Berkeley/DivulgaçãoImage caption
O químico Omar Yaghi trabalha com estruturas metalorgânicas
O próprio Yaghi deu um nome a esse campo de pesquisa: "química reticular".
Os
cientistas podem modificar as estruturas metalorgânicas para incorporar
propriedades diferentes – por exemplo, tornando-os porosos e aumentando
sua capacidade de absorção.
Além de captar água, esse material tem potencial para absorver CO² da atmosfera e armazenar gases para combustíveis. Direito de imagemUC Berkeley/DivulgaçãoImage caption
Poros aumentam a superfície interna da estrutura, sendo ideais para absorção de água
Vários tipos de MOF já estão sendo testados para
aumentar a capacidade do tanque de automóveis que funcionam à base de
hidrogênio, por exemplo.
A aplicação do material para captação de água do deserto é uma das mais promissoras.
Caixa surpresa
Os
poros de MOF atraem e armazenam as moléculas de água do ar e depois os
soltam, sem demandar altas temperaturas ou uso de eletricidade.
A coletora de água é basicamente uma caixa dentro de outra.
Na de dentro, há uma camada feita com as estruturas metalorgânicas e que absorve as moléculas durante a noite.
A caixa maior, de plástico, tem uma tampa que fica aberta durante a noite para captar a umidade. Direito de imagemUC Berkeley/DivulgaçãoImage caption
Várias startups estão de olho na nova tecnologia
Durante o dia, a tampa é fechada, e com o calor do
sol o aparelho se aquece e funciona como uma estufa. O calor moderado
dentro do dispositivo faz o MOF liberar as moléculas de água, que se
condensam no interior da caixa maior e escorrem para o fundo.
A grande novidade desse material é que ele absorve a água, mas não a "segura" com muita força.
Outros materiais, como as argilas, também absorvem umidade, mas precisam ser aquecidos a altas temperaturas para liberá-la.
Mais barato
A caixa testada no Arizona pode armazenar cerca de 200 ml de água por kg de MOF em um ciclo de captação.
O material não deixa resíduos no líquido, que pode ser bebido sem tratamento. Direito de imagemUC Berkeley/DivulgaçãoImage caption
Estruturas de MOF 303, que tem base de alumínio, podem baratear o custo o aparelho
O tipo de material usado no protótipo da caixa contém zircônio, um metal caro.
Mas
Yaghi pretende testar em breve uma caixa coletora de água com outra
variedade de estrutura metalorgânica, o MOF 303, que tem a base de
alumínio – 150 vezes mais barato. Esse tipo de MOF captura o dobro de
água, podendo melhorar o rendimento do dispositivo.
O químico
afirma que já existe um enorme interesse comercial no protótipo, com
várias startups atuando no desenvolvimento de versões comerciais da
coletora.
Yaghi está trabalhando em aplicações da tecnologia em
Riad, na Arábia Saudita, em parceria com a Cidade do Rei Abdul Aziz para
a Ciência e Tecnologia, uma entidade governamental voltada para
pesquisas.
O cientista afirma que o sistema pode ser adaptado para coletar água em qualquer deserto do mundo.
"Um terço da população vive em áreas com escassez de água, então poder obtê-la dessa forma é algo muito poderoso", afirma.
Se o sujeito coloca o pé no fogo e a cabeça no freezer, ele vai morrer, mas a temperatura media vai ser boa, de 35ºC, há muitas maneiras de tirar a media.
A realidade pode não ser igual a ela.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
7 palavras japonesas que podem nos ajudar a ter serenidade
Fiona MacdonaldBBC Culture
Direito de imagemAlamyImage caption
Livro sugere o que o Ocidente pode aprender a partir de uma visão de mundo única
"Quando eu tinha
dois anos, nossa família se mudou para uma cidade rural na região de
Kansai para ficar com meus avós paternos que estavam envelhecendo",
escreve Mari Fujimoto na introdução de seu novo livro Ikigai and Other Japanese Words to Live by
("Ikigai e outras palavras japonesas para seguir", em tradução livre),
que apresenta 43 expressões pungentes da língua traduzidas para o
inglês.
Mais do que uma simples recordação do Obon,
festival que homenageia os antepassados, a experiência dela na infância
reflete uma filosofia - uma das muitas que aparecem no livro,
questionando os valores ocidentais dominantes.
Fujimoto, diretora
de Estudos Japoneses da City University, em Nova York, é linguista por
formação e acredita que, descobrindo palavras e expressões únicas em
outras culturas, podemos obter uma compreensão mais ampla de nossas
próprias vidas.
"No Ocidente, costumamos buscar a perfeição, e sentimos sempre
que precisamos ser perfeitos, temos que fazer o máximo para atender às
expectativas de outras pessoas. Pensando sobre como meus avós eram e
sobre o estilo de vida japonês tradicional, pensei que poderíamos fazer
uma pausa, olhar em volta e aceitar as coisas que normalmente não
apreciamos, como envelhecer." Direito de imagemJavier HirschfieldImage caption
'Mugon-no gyō': um exercício de meditação
particularmente silencioso que pede que você reserve um momento para
refletir antes de fazer algo - aja, não reaja
A serenidade permeia muitas das expressões, seja
derivada da necessidade de aceitar questões que estão além do nosso
controle ou de tratar com respeito o próximo.
O artista sul-africano David Buchler - que escreveu breves ensaios para o livro - vive no Japão há sete anos.
"Quando
converso com pessoas em japonês, presto muita atenção no que estou
dizendo, nos meus gestos e em ser educado, penso nos efeitos das minhas
palavras (no interlocutor)", explicou ele à BBC Culture.
O livro
cobre tópicos abrangentes, incluindo "harmonia", "gratidão" e "tempo" -
mas não é um dicionário abstrato. Em vez disso, Fujimoto abre as portas
para uma cultura que muitas vezes pode parecer distante para quem é de
fora.
Sobre shibui, que "remete à beleza revelada pela passagem do tempo", ela escreve:
"Inserindo-se
em uma estética de calma - cores suaves e brilho moderado -, esta
palavra nos lembra de apreciar aquilo que melhora com a idade. Há um
encanto na maturidade, e as experiências de vida marcam seus objetos com
uma expressão agradável. Você pode observar o shibui na cor das folhas das árvores no início do inverno, ou em uma xícara de chá antiga em cima da mesa". Direito de imagemJavier HirschfieldImage caption
'Fukinsei', ou beleza na assimetria: a simetria
representa a perfeição e é estranha à experiência humana. Uma forma de
arte deve trazer uma sensação de possibilidades alternativas, admitindo a
mudança
É uma filosofia que encontra um público receptivo: o
programa da guru japonesa da arrumação Marie Kondo, por exemplo, é um
sucesso no Netflix - ela ensina a desapegar de objetos que não despertam
mais "alegria" em você. Um estilo de vida que levou ao aumento de
doações a instituições de caridade no Reino Unido desde o lançamento do
programa.
Ao mesmo tempo, o movimento mindfulness (atenção plena)
do século 21 oferece aplicativos de meditação para praticar quando
estamos a caminho do trabalho, preparando o jantar ou fazendo compras no
supermercado. Direito de imagemJavier HirschfieldImage caption
'Teinei': uma atitude cortês, em que cada gesto é
realizado com dedicação e precisão; se comportando com o maior cuidado
para mostrar excelência em sua conduta
"Aprender a língua me acalmou muito - a maneira como eu me aproximo das coisas é mais benéfica para mim", diz Buchler.
Ele escolhe a expressão mono-no aware ou "a natureza efêmera da beleza".
"É
basicamente sobre estar consternado e apreciar a transitoriedade - e
também sobre a relação entre a vida e a morte. No Japão, há quatro
estações muito distintas e você realmente se torna consciente da vida,
da mortalidade e da transitoriedade. Você se torna consciente de como
esses momentos são significativos." Direito de imagemJavier HirschfieldImage caption
'Mono-no aware': a natureza efêmera da beleza - o
sentimento discretamente exultante e agridoce de ser testemunha do
deslumbrante circo da vida, sabendo que nada disso pode durar
O livro destaca o quanto o clima de um país afeta seu vocabulário.
"As
condições de vida no Japão pré-moderno eram duras… as pessoas tiveram
que aprender a conviver com isso - você não pode ficar sempre ressentido
em relação ao que a natureza pode trazer. Em vez de ficarem chateados
ou tentarem resistir, eles descobriram uma maneira sábia de apreciar e
lidar com o que eles têm", diz Fujimoto. Direito de imagemJavier HirschfieldImage caption
Traduzido literalmente como 'não existe meio ou
método', shōganai é um lembrete de que às vezes temos que aceitar as
coisas como elas são, nos permitindo deixar para trás sentimentos
negativos
"Eu me lembro de tufões destruindo as plantações e
de um grande terremoto que tirou milhares de vidas no meu distrito",
escreve Fujimoto em sua introdução.
"É assim que os japoneses
desenvolveram seu estilo de vida: vivendo em harmonia com a natureza,
uma filosofia que se encontra no coração do xintoísmo, a antiga
espiritualidade indígena do povo japonês… Esse sistema de crenças evolui
para uma maneira unicamente japonesa de apreciar a beleza hoje." Direito de imagemJavier HirschfieldImage caption
'Kodawari': atenção aos detalhes de forma
determinada e escrupulosa, motivada por uma paixão sincera e
autodisciplina; sabendo que alguns esforços não serão reconhecidos
Fujimoto reconhece que existem certos "elementos
essenciais de beleza, como simetria, composição, juventude e vivacidade"
- mas argumenta:
"Nós costumamos ser atraídos por essas
qualidades 'positivas', enquanto atributos opostos, como a feiura, a
imperfeição, a idade e a morte são consideradas desagradáveis no mundo
ocidental."
"A estética tradicional japonesa é, inversamente,
fundada na verdade inegável da natureza; tudo na natureza é transitório;
nada dura e nada é perfeito. Há beleza em todos os variados aspectos da
vida, do nascimento à morte, da imperfeição à perfeição, da feiura à
elegância." Direito de imagemJavier HirschfieldImage caption
Ao valorizar o que é misterioso e profundo, 'yūgen' é
um tipo de beleza que deriva do eufemismo: profundamente ligada ao
'kanso', é um lembrete para enxergamos além das aparências
O livro ressalta o benefício que a compreensão de
determinadas palavras em idiomas diferentes pode trazer: podemos ver o
mundo de duas maneiras diferentes, mantendo ambos os pontos de vista
simultaneamente.
"Se você simplesmente mudar a sintonia, poderá ver mais beleza no mundo", diz Fujimoto.
"Apenas
uma pequena mudança de mentalidade ou perspectiva: estamos rodeados de
tantas coisas boas que não percebemos ou apreciamos." Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture.
domingo, 24 de fevereiro de 2019
O que se pode aprender sobre buracos negros ao simulá-los em um tanque d'água?
Direito de imagemSilke Weinfurtner/Universidade de NottinghamImage caption
Ralo no fundo do tanque de água possibilita a
formação de um vórtice, como um análogo de buraco negro com rotação
Estudar buracos
negros não está entre as tarefas mais fáceis da ciência. Além de não ser
possível observá-los diretamente, esses estranhos objetos cósmicos, de
cuja monumental força gravitacional nem a luz escapa, não podem ser
recriados em laboratório. Se isso fosse possível e realizado, o próprio
laboratório, seu ousado pesquisador, o planeta e até o Sistema Solar e
adjacências seriam completamente engolidos.
Para contornar essa
pequena dificuldade, cientistas estão recorrendo a uma solução
engenhosa: simular esses monstros vorazes num tanque de água, com um
ralo no meio. É o que vem fazendo o grupo da física alemã Silke
Weinfurther, da Universidade de Nottingham, Reino Unido, do qual
participa o físico brasileiro Maurício Richartz, da Universidade Federal
do ABC (UFABC), em Santo André (SP).
"Basicamente, utilizamos um tanque de água com um ralo no fundo,
que possibilita a formação de um vórtice (líquido que gira em torno de
um eixo e depois escoa pelo ralo), o que constitui um análogo de buraco
negro com rotação", conta Richartz. "Análogo, aqui, quer dizer que as
equações que descrevem a propagação de ondas no sistema que montamos no
tanque são iguais às que descrevem aquelas em torno de um buraco negro
real."
Entre os sinais de identidade mais característicos que
denunciam a existência de um desses objetos cósmicos está o horizonte de
eventos. Trata-se de uma esfera, uma fronteira, que engloba uma região
do espaço da qual nada (nem mesmo a luz) consegue escapar. Em volta
dela, existe a ergosfera. "A rotação do buraco negro faz com que todo o
espaço a seu redor seja 'arrastado' junto com ele", explica Richartz.
"Portanto, a ergosfera é uma região na qual tudo é 'obrigado' a girar
junto com ele, acompanhando seu movimento de rotação."
No caso do
vórtice de um ralo, onde a água está girando em torno dele, não há a
rigor horizonte de eventos e ergosfera, mas análogos dessas regiões.
"Basicamente, à medida que nos aproximamos dele, primeiro encontramos o
análogo da ergosfera, que é a região na qual as ondas na água são
obrigadas a girar junto com o vórtice", diz Richartz. "Se nos
aproximarmos mais ainda, encontramos o análogo do buraco negro e do
horizonte de eventos, que é a região da qual elas não conseguem mais
escapar, sendo obrigadas a escoar pelo ralo."
'Intimidade' com objetos cósmicos
Mas
o que se pode aprender sobre os buracos negros num tanque de água?
"Antes de mais nada, é preciso ter em mente que não estamos trabalhando
com um astro real. Portanto, por mais que observemos na água um fenômeno
que também ocorre num desses objetos cósmicos, nunca poderemos dizer
que detectamos tal fenômeno neles", afirma Richartz.
De acordo com
o também físico Alberto Vazquez Saa, do Departamento de Matemática
Aplicada, do Instituto de Matemática Estatística e Ciência da Computação
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o que se pode aprender
sobre buracos negros num tanque de água são, basicamente, insights.
"Usamos
os análogos para ganhar intimidade com esses objetos cósmicos, algo
obviamente impossível de ser feito de outra maneira", explica. "Ninguém
espera desprovar Einstein usando um tanque de água. O que queremos é
ganhar intuição, no entanto, para poder entender mais a fundo o buraco
negro real e eventualmente provar ou desprovar algo sobre a Teoria da
Relatividade."
Mesmo assim, o trabalho de Silke e seus
colaboradores não resultou apenas em insights. Ele trouxe novos
conhecimentos concretos sobre pelo menos dois fenômenos que ocorrem em
buracos negros, a superradiância e o relaxamento. Sobre o primeiro, foi
publicado em junho de 2017 um artigo científico na Nature Physics, que
tem Richartz entre seus autores. De acordo com ele, a grande novidade da
pesquisa é que foi a primeira vez que a superradiância foi detectada em
laboratório. Direito de imagemSilke Weinfurtner/Universidade de NottinghamImage caption
Pesquisadores misturaram água a corante verde
fluorescente para observar movimento, alterações na velocidade e tamanho
das ondas
Tanque com corante verde
Para
realizar os experimentos, os pesquisadores construíram um tanque de
acrílico com 3 m x 1,5 m, o qual encheram de água misturada a um corante
verde fluorescente. Para observar o movimento e as alterações na
velocidade e tamanho das ondas, eles usaram uma câmera 3D de alta
resolução, que filmou os movimentos da água e vórtice no ralo. Os
efeitos detectados foram pequenos, mas suficientes para que os
cientistas pudessem imaginar o que ocorre com a luz ao redor de um
buraco negro em rotação.
A superradiância é um fenômeno
descoberto em 1971 pelo físico russo Yakov Borisovich Zeldovich - e que
talvez ocorra nos buracos negros. Richartz explica que, na Terra,
normalmente, quando uma onda - de água, por exemplo - interage com algum
obstáculo, ela é parcialmente refletida e parcialmente transmitida. A
energia carregada por ela é, após a interação com o obstáculo, dividida:
parte fica com a refletida e parte fica com a transmitida.
Se o obstáculo for algo que gira, no entanto, (por exemplo, um
cilindro ou uma esfera), é possível que a onda refletida tenha mais
energia que a incidente. "Nesse caso, a (energia) extra que aparece na
que se reflete vem da rotação do obstáculo", diz. "Por isso, no final do
processo, ele passa a girar mais devagar, pois acabou transferindo
parte de sua energia de rotação para a onda. Chamamos esse fenômeno de
superradiância rotacional."
Em teoria, ela ocorre também para
buracos negros em rotação, quando eles são atingidos por ondas
gravitacionais ou eletromagnéticas. Nesse caso, eles também passariam a
girar mais lentamente. "Até muito recentemente, a superradiância
rotacional nunca havia sido observada em laboratório", revela Richartz.
"Nosso experimento teve como objetivo fazer a primeira detecção do
fenômeno, e conseguimos isso."
'Corda esticada'
No
caso do relaxamento, que rendeu artigo na Physical Review Letter em
agosto de 2018, Saa explica que é um termo genérico para descrever
qualquer regime transiente (transitório). "É o caso de uma corda
esticada e paradinha, por exemplo", diz ele, que coordena o Projeto
Temático "Física e geometria do espaço-tempo", da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que financiou parte do
trabalho de Richartz.
"Essa é sua situação de equilíbrio. Quando
alguém a dedilha, no entanto, ela começa a vibrar, e a vibração vai
diminuindo até parar. Essas vibrações atenuadas são o regime transiente,
o relaxamento da corda."
Em analogia, o buraco negro, ou o fluxo
com vórtice, é a situação de repouso. "Se forem perturbados um
pouquinho, eles irão vibrar, mas com o tempo voltarão ao estado de
equilíbrio", explica Saa. "Vórtices e buracos negros com rotação relaxam
da mesma maneira. Por certo, com um sino também ocorre o mesmo, e seu
som nada mais é do que energia emitida na fase de relaxamento." Direito de imagemSilke Weinfurtner/Universidade de NottinghamImage caption
Se fosse viável, criar um buraco negro de verdade em laboratório colocaria em risco o Sistema Solar inteiro
Richartz explica o mesmo fenômeno com outras
palavras. De acordo com ele, quando um buraco negro se forma, pela fusão
de outros dois ou pelo colapso gravitacional de uma estrela
supermassiva, ele não está em equilíbrio. "Ele está deformado ou
vibrando e possui mais energia do que deveria", diz. "Ela precisa ser
eliminada de alguma forma. O relaxamento é o processo pelo qual libera
essa energia extra até chegar a um estado de equilíbrio."
Ele
também usa o sino de igreja como analogia. "Quando o tocamos,
transferimos energia para ele e, assim, o tiramos do equilíbrio",
explica Richartz. "Para voltar à situação anterior, que é seu estado
natural, ele vibra e emite ondas sonoras cujas intensidades vão
diminuindo com o passar do tempo, à medida que vai voltando ao repouso.
No caso do buraco negro, em vez de ser por meio de ondas sonoras, a
energia é liberada por ondas gravitacionais."
No caso do vórtice
de um ralo a história do relaxamento para voltar ao equilíbrio é igual. A
diferença é que a energia é liberada por meio de ondas de água em vez
de gravitacionais. "Em princípio, por meio delas é possível identificar
completamente o buraco negro, ou seja, seu tamanho, massa e velocidade
de rotação. No caso do vórtice, também podemos relacionar as oscilações
da água emitidas com características dele, como, por exemplo, o tamanho
do ralo e velocidade da água."
Para muitos ter uma caminhonete é muito
mais do que ter um carro, é um estilo de vida. Já carros antigos é uma
paixão epidêmica que vem conquistando cada vez mais adeptos no Brasil.
Existe até um predicado para quem possui e é apaixonado por carro
antigo: antigomobilista. Agora, imagina quem gosta de caminhonetes antigas.
As marcas americanas sempre foram
referências em caminhonetes. Ford, GMC (Chevrolet) e Dodge (Crysler)
fizeram história no século passado com suas dezenas de caminhonetes
lançadas a partir dos anos 30, uma mais estilosa que a outra. Agora,
você sabe dizer os nomes das caminhonetes antigas? Quantas você conhece?
São muitas e por isso separei apenas uma
parte delas, por marca, que vão desde a década de 30 até a década de 80.
Como existem muitas versões de um único modelo, pode ser que você sinta
falta de alguma. Pode ser também que eu não tenha colocado aquela
versão de um ano em específico ou uma versão com um design muito próxima
de outra.
Prepare-se, pois a partir de agora seu
repertório de nomes daquelas caminhonetes americanas, de fazendeiros, de
filmes (seja lá como você se referia) que você sempre admirou vai
aumentar.